ATA DA DÉCIMA
QUARTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA
LEGISLATURA, EM 17.06.1988.
Aos dezessete dias do mês de junho do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Quarta Sessão Extraordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às dez horas e onze minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei Lima, Nilton Comin, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker, Wilton Araújo e Marcinho Medeiros. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Secreta foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n.º 31/88, por vinte e oito votos SIM e a Emenda de n.º 04 a ele aposto, por quatorze votos SIM e contra doze votos NÃO e um em BRANCO, e foram rejeitadas as Emendas a ele apostas de n.ºs 01, por sete votos SIM contra dezenove votos NÃO e um em BRANCO; 03, por seis votos SIM contra dezenove votos NÃO e um em BRANCO; 05, por três votos SIM contra vinte e um votos NÃO e um em BRANCO. O Projeto de Lei do Executivo n.º 31/88 e as Emendas a ele apostas foram discutidos pelos Vereadores Werner Becker, Nilton Comin, Ignácio Neis, Valdir Fraga, Elói Guimarães, Cleom Guatimozim, Adão Eliseu, Brochado da Rocha e Flávio Coulon e foram encaminhados, à votação pelos Vereadores Lauro Hagemann, Raul Casa, Nilton Comin, Werner Becker e Mano José e foram escrutinadores, na votação, os Vereadores Luiz Braz e Mano José. Ainda, foi aprovado Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo n.º 31/88 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Durante a Ordem do Dia, o Sr. Presidente indagou ao Plenário acerca da tramitação do Projeto de Lei do Executivo n.º 28/88, sendo constatada a inviabilidade da votação do mesmo na próxima segunda-feira. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às treze horas e dezenove minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Gladis Mantelli e Rafael Santos e secretariados pelos Vereadores Rafael Santos e Lauro Hagemann. Do que eu, Rafael Santos, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha): Havendo
“quorum”, passamos à
PROC. 1075/88 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º
31/88,
institui gratificação por exercício de atividades médicas e paramédicas no
Hospital de Pronto Socorro e dá outras providências. Com EMENDAS N.º 01, 03, 04
e 05.
Parecer conjunto ao Projeto:
- da CJR, CUTHAB, CFO e COSMAM. Relator Geral, Ver. Cleom Guatimozim: pela aprovação.
Parecer conjunto à Emenda n.º 01:
- da CJR, CUTHAB, CFO e COSMAM. Relator Geral, Ver. Cleom Guatimozim: pela rejeição.
Parecer conjunto à Emenda n.º 03:
- da CJR, CUTHAB, CFO e COSMAM. Relator Geral, Ver. Cleom Guatimozim: pela rejeição.
Parecer conjunto à Emenda n.º 04:
- da CJR, CUTHAB, CFO e COSMAM. Relator Geral Ver. Cleom Guatimozim: pela rejeição.
Parecer conjunto à Emenda n.º 05:
- da CJR, CUTHAB, CFO e COSMAM. Relator Geral Ver. Cleom Guatimozim: pela rejeição.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n.º 31/88.
Com a palavra, Ver. Werner Becker.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Srs. Funcionários da Casa, penso, neste momento em que se fala de
abertura democrática, que, na abertura democrática, se ampliam as prerrogativas
do Poder Legislativo. E falo aos meus colegas do Poder Legislativo de Porto
Alegre que, aqui presentes, penso, precisam se acostumar para esta nova época,
sob pena de que, muito cedo, a amplitude de poderes que vem ganhando o
Legislativo não sofra uma reversão. Se, pela futura Constituição, nós
passaremos a ter poderes para legislar, poderes para propor iniciativa em
matéria legislativa, em matéria de funcionalismo público, em matéria de aumento
de receita, é necessário saber que, tendo estes poderes, eles devem ser limitados.
Ainda ontem, conversava com o Ver. Hermes Dutra, a respeito do abuso do
Legislativo, em relação à concessão de vantagens, tanto ao funcionalismo, como
em relação à fiscalização. Isto se compreendia, naquele tempo, porque o
Legislativo fazia aquilo meramente como oposição a toda uma estrutura e todo um
sistema. De agora em diante, nós vamos começar a ter este poder e, à medida que
começarmos a ter este poder, temos que aprender a usá-lo limitadamente. Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, os Vereadores, os Deputados Estaduais, Federais e
Senadores têm que começar a aprender a dizer não e deixar a política fácil de
dizer tudo sim, votando sempre sim, deixando os ônus e encargos para o
Executivo. Quem tem os ônus e os encargos, começa a ter os direitos e, muito
cedo, o Executivo, queixoso desta política do Legislativo, há de tomar, mais
uma vez, todos estes poderes. Eu sei que não é fácil desagradar, eu sei que não
é fácil dizer não e estou aqui nesta tribuna, hoje, para desagradar e para
dizer não. Evidentemente, seria muito mais cômodo, muito mais confortável dizer
sim a esta pletora de emendas que traz este Projeto, quando todos sabemos que o
Legislativo não tem atribuição constitucional para a iniciativa, seja para o
Projeto de Lei, ou seja por emenda para legislar sobre o funcionalismo público.
E mais ainda, não é uma mera questão formal, não é uma mera rabugice de
bacharel, legislar, a iniciativa de legislar no atual quadro funcional, por
intermédio do Legislativo, é uma burla à esperança dos funcionários públicos.
Esta é uma forma de enganar os funcionários públicos, claro que é mais
trabalhoso, claro que é mais difícil, claro que incomoda mais, procurar o
entendimento com o Poder Executivo, e convencer o Poder Executivo a mandar para
cá as legítimas reivindicações do que de forma leve, para não dizer, desculpem,
leviana, de forma menos responsável, para não dizer irresponsável, limitar-se a
mandar as emendas, limitar-se a mandar os projetos, sabendo que são
inexeqüíveis, impossíveis de ganhar vida, e de que prosperem. Claro que podem
ganhar alguma simpatia, e num ano eleitoral, alguns votos, mas à medida em que
os funcionários públicos começarem a notar que é uma manobra superficial, e uma
maneira de enganá-los, talvez comecem a aplaudir àqueles que esperem o caminho
mais dificultoso, mais incômodo, ao invés do caminho fácil, de aprovar as
emendas e os projetos de iniciativa do Legislativo, onde o Legislativo não pode
ter iniciativa. Não se diga, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que o Executivo
pode não vetar os Projetos, se não fosse vetar, evidentemente, que ele mandaria
o projeto, porque o Executivo teria ônus e desgaste de não apresentar um
Projeto que ele entende bom e razoável. Não entro no mérito se os aquinhoados
por esta Emenda têm direito ou não, só afirmo peremptoriamente que nenhum
funcionário beneficiado por essas Emendas terá qualquer benefício e
evidentemente que o Sr. Prefeito vetará essas Emendas e esta Casa não terá os
2/3 necessários para refutar, derrubar o Veto. Seria muito mais trabalhoso e
incômodo convencer o Sr. Prefeito para que alguma coisa mais ele mandasse aqui
para a Câmara. Aí sim, funcionários beneficiados pela Emenda poderiam receber
alguma coisa mais. Assim, através de pura e simples Emenda, sem nenhum trabalho
de persuasão do Executivo, cumpriu-se apenas uma liturgia, sem nenhum efeito
prático.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte?
Para que V. Exa. não incorra em erro.
O SR. WERNER BECKER: Eu não dei o aparte. Sem
nenhuma descortesia para com o Ver. Jorge Goularte, Sr. Presidente, pediria que
V. Exa. me assegurasse a palavra.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de dar o aparte ao Ver. Jorge
Goularte, eu quero relembrar que não é a primeira vez que esta Casa aprova
projetos inconstitucionais e que objetivamente, concretamente, nenhum proveito
trouxeram ao funcionalismo. Eu prefiro um outro caminho, mais incômodo, mais
rude, muitas vezes sem sucesso, mas quando com sucesso, talvez pequeno, mas
concreto e objetivo. Com muito prazer dou o aparte ao Ver. Jorge Goularte.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. me permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Werner Becker, eu sei que V. Exa.
é um homem atento às leis, mas V. Exa. mesmo sabe que muitos Projetos deste
Legislativo tiveram acolhida no Poder Executivo, inclusive a famigerada Lei nº
81/83, que V. Exa. conhece tão bem. Pergunto a V. Exa. se nós devemos ficar
passivamente, numa época de mudança, como V. Exa. mesmo diz que há mudanças em
relação à plenitude do Poder Legislativo, se devemos ficar passivos aos reclamos
da comunidade ou se nós devemos, por outro lado, avançar nas nossas idéias,
atendendo aos reclamos populares. Por outro lado, queria dizer a V. Exa., e o
faço com tranqüilidade, pois sou amigo de V. Exa. e respeito o jurista que é,
que entrei em contato com o Prefeito Municipal em relação à minha Emenda - não
falo pelas demais -, e a minha Emenda não entra no corpo da Lei. V. Exa. sabe o
que é isto. É uma Emenda específica, não incorre em nulidade em relação à lei
como um todo. Nós devemos sim, a meu ver, ousar e avançar, para que tenhamos os
nossos ideais, as nossas posições também atendidas pelo Poder Executivo, que
não é soberano, completamente, como tem sido no passado. Devemos governar
juntos, porque no Município há o Poder Executivo e o Poder Legislativo, e nós
somos um deles.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Werner Becker tem
mais 10 minutos.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. O Ver. Jorge Goularte, agora nos novos ventos, da nova situação,
parece que agora ficou um radical das prerrogativas. Ainda bem. Estou aqui há 5
anos e meio e continuo novo. É que algumas posições de vez em quando mudam com
tanta freqüência, que todos os dias é uma novidade para mim nesta Casa. Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, mas nós não temos esta prerrogativa ainda; não
temos estas atribuições ainda; informo que a Constituição nova ainda não foi
promulgada e não tem eficácia. Mas o Ver. Jorge Goularte ao dizer que sua
Emenda não contamina todo o Projeto, com todo o respeito e com toda a amizade,
Ver. Jorge Goularte, dá a impressão que a Emenda dele é um Alka-Seltzer mesmo.
Não faz bem nem mal nenhum: não vai importar em nada. E fica apenas lá colocada
no Projeto.
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, evidente que precisamos avançar, mas
não é razoável que se avance no que não é possível. Audácia é uma coisa;
temeridade é outra. Nós temos frontalmente um impasse legal e não é mero amor
bacharelístico. É sabermos que se não resolvermos este impasse, o impasse legal
desmanchará e destruirá o alvo do nosso Projeto, aspiração ou desejo. Não é
burlando simplesmente a Lei que se contorna o obstáculo, a não ser que o Ver.
Jorge Goularte tivesse as armas “stritu sensu”, quem sabe, para derrubar a lei,
já que o Ver. Jorge Goularte, militar que já foi, aqui é apenas um civil, não
pode repetir em pequena escala o que foi feito em 1964 com a sua contribuição.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. me permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Werner Becker, V. Exa. trem toda a
razão; agora talvez precisemos de um período de transição, quem sabe até haver
uma conscientização geral. Agora há algumas questões que efetivamente nós não
podemos ignorar. Eu para evitar me inscrever e ser mais um a falar, aproveito
para roubar 2 minutos de seu discurso porque se encaixa nesta linha que V. Exa.
fala. Há uma Emenda aqui, a de n.º 3, do Ver. Artur Zanella, que são Emendas
Retificativas de artigos, não são Emendas espichativas, em que se inclui mais
alguma coisa através de um parágrafo de forma que se o Prefeito vir a vetar,
não prejudica o todo do Projeto. Agora, essa Emenda n.º 3, substitui artigos,
ela desvirtua o sentido do que o Prefeito quer fazer e por desvirtuar aquilo
que o Prefeito quer fazer, se o Prefeito vetá-la, terá que vetar toda a Lei,
então, o prejuízo será dos funcionários do Pronto Socorro, porque ela modifica
os artigos. Então, veja que temos duas questões importantes: essa que V. Exa.
levanta e essa outra, que acho mais grave ainda, porque pode inviabilizar a
Lei.
O SR. WERNER BECKER: Vereador, discordo de V.
Exa. porque acho que, a curto prazo, talvez a 3 seja mais grave mas, a médio e
longo prazo, as duas têm a mesma gravidade, as duas mantêm o exercício do
Legislativo de legislar irresponsavelmente. Diria a V. Exa. que se acho que, a
curto prazo, a 3 é mais grave, nós que já poderíamos começar a fazer exercício
de não pensar mais só a curto prazo, porque sempre que se pensou a curto prazo,
nós temos a resposta, a situação dramática em que vive este Estado, este
Município, este País, porque nós, legisladores, com medo de dizer não, com medo
de contrariar interesses imediatos, estamos trazendo, ao Legislativo, o enorme
descrédito por que ele passa. Ainda agora nós vemos, na Constituinte, o
festival, trenzinhos de alegria de
benefícios porque o corporativismo que impera neste País e a não-resistência do
Poder Legislativo, estão cavando a própria ruína do Poder Legislativo. O
Executivo não se desgasta com isso, porque tem o poder e tem as armas; quem se
desgasta, com medo de dizer não ao impossível, é o Legislativo. Sabem todos os
funcionários públicos, sabe toda a opinião pública que qualquer iniciativa de
Projeto de Lei que verse sobre funcionalismo ou qualquer Emenda é
inconstitucional e não tem nenhuma condição de prosperar. No sentido sério,
etimológico da palavra, Ver. Jorge Goularte, V. Exa. me desculpe não tem nada
de ofensivo, ela é meramente demagógica. É meramente um exercício Legislativo
de dizer, eu estou com vocês, está aqui. Agora, não tenho nenhuma
responsabilidade sobre isso, não sou eu que vou pagar, vire-se o Executivo. E
aí por vários períodos da nossa história quando o Executivo vira-se e vira a
Mesa com o Legislativo, nós ficamo-nos queixando da irresponsabilidade do
Executivo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para nós termos o poder que a
futura Constituição nos oferece de legislar, nós temos que temperar este poder.
Nós não podemos legislar desabridamente. Aos Srs. Funcionários presentes,
apenas um pequeno histórico: primeiro se deu 70% aos médicos, depois, por
instâncias ao Executivo, a todos os funcionários. Depois se pretende, através
de Emenda, beneficiar aos aposentados. E, por outra Emenda, aos que se
aposentarão. Acho que seria até mais justo e equânime e muito melhor para todo
mundo que eu fizesse uma Emenda dizendo: fica o Poder Executivo obrigado a
conceder anualmente uma loteria esportiva a cada funcionário. Tem tanta
seriedade isso que digo agora, como espichar, aumentar as vantagens sem dar o
destino conveniente para a provisão de fundos.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, votarei a favor do Projeto. Votarei a
favor do Projeto não porque contempla a maioria dos Senhores. Votarei porque
acho justo e normal. Mas as Emendas que aumentam as responsabilidades do
Executivo, sem que o Executivo nos diga a possibilidade e o fundo que tem para
isso, essas não votarei, desagrade a quem desagradar, infelizmente essa é a
minha posição. Ao Projeto, sim. Às Emendas, não. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Nilton
Comin.
O SR. NILTON COMIN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
cumprindo expressamente a formulação do nobre Ver. Ignácio Neis, estou aqui
para contemplar o seu pedido.
Sr. Presidente, nobre Advogado e colega desta Casa, Ver. Werner Becker, eu sempre dei um grande valor aos advogados inteligentes, como V. Exa., que consegue, numa explanação simples, distorcer uma coisa fundamental que é o mérito do Projeto. V. Exa. disse claramente que não se atinha ao mérito do Projeto. Pois é exatamente aquilo que eu quero discutir. Quem fala tem 20 anos de hospital, e não é do Pronto Socorro, do Sanatório Partenon. Sou inativo do Sanatório Partenon, porque trabalhei 20 anos no hospital e mais os anos para que eu, com os dois quintos , me aposentasse pela periculosidade em que lá trabalhei. Quero fazer, aqui, uma defesa dos funcionários ativos, que está consagrada neste Projeto, e que V. Exa. o fez com muito brilhantismo. Mas quero defender, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, os funcionários inativos do Hospital de Pronto Socorro. Aquele motorista, aquele professor universitário, que lutaram grande parte da sua vida, vão ficar fora deste Projeto. Vai ter dois tipos de inativos do Pronto Socorro, os que ganham mais 70% e os que ganham menos 70%. Então, eu quero fazer um breve histórico, nesta Casa, pelo estudo que realizei do Hospital Pronto Socorro.
Onde é hoje o Pronto Socorro, aquele terreno era do Estado e o Estado
permutou com o Município um terreno que possuía na Jerônimo de Ornellas e, por
coincidência, o Centro de Saúde Modelo. Nesta permuta, o Estado deu este
terreno que tem o Pronto Socorro, hoje, e o Município deu aquele outro terreno.
Foi construído o Hospital de Pronto Socorro José Loureiro da Silva, o velho
“charrua” da política rio-grandense construiu o Pronto Socorro. Em 1941 Porto
Alegre tinha, conforme o censo do IBGE, 276 mil habitantes. No censo de 81,
Porto Alegre passou para um milhão, cento e vinte e cinco mil habitantes; hoje,
Porto Alegre possui um população estimada de um milhão e trezentos mil
habitantes, e a Grande Porto Alegre, em 1941, possuía apenas 437 mil habitantes
e hoje possui dois milhões, seiscentos e cinco mil habitantes. Por que estou
fazendo esta comparação? Para que entendam, exatamente, o primeiro quadro
funcional do Pronto Socorro tinha um médico-chefe, três médicos cirurgiões, um
médico oftalmo, um otorrino, um radiologista, um dentista, treze funcionários
auxiliares e treze irmãs de caridade. Hoje, o Pronto Socorro possui o seguinte
quadro: 1.728 funcionários ativos e 200 funcionários inativos. Então, eu
pergunto a esta Casa, formada por representantes do povo, se pode esta Câmara
aprovar apenas um Plano de Carreira para os funcionários que, atualmente,
trabalham nesta Casa? Não, quanto ao mérito não. Tem que ser feito um Projeto
para todos os funcionários; para aquele funcionário mais modesto que, com
aquela ambulância, ia a toda pressa, para salvar uma vida; com aquele médico,
desde o professor universitário, catedrático de traumatologia ou ortopedia, que
fazia o possível e o impossível para salvar a vida. É a qualidade dos serviços
técnicos do Pronto Socorro! Não pode, nesse Projeto, beneficiar apenas os
funcionários ativos, e vou dizer o porquê: o Sr. Prefeito, que eu já louvei por
esse Projeto, pela sua iniciativa, pode ter cometido um grande equívoco, na sua
assessoria, de deixar fora os funcionários inativos. Este é um equívoco
lamentável. E para que serve esta Casa? Esta Casa serve, exatamente, para
discutir, como estamos fazendo aqui, neste momento, para votar e para
aconselhar o Sr. Prefeito desta Cidade a reparar este dano. Este dano é
insanável. Vejam bem, nobres Vereadores desta Casa: um dentista que se
aposentou, um médico especialista que se aposentou, um motorista que se
aposentou, um auxiliar de enfermagem que se aposentou, ele não terá os
benefícios da Lei. E pergunto aos Vereadores desta Casa: qual é o seu papel? É
estudar, exatamente, a situação desta gente. Esta história que o nobre Vereador
Werner Becker colocou, com muita inteligência, nesta tribuna, os vícios de
origem e os problemas da legislação, também não é bem assim como V. Exa.
colocou. Este modesto Farmacêutico-Químico entrou com dois Projetos de Lei,
pelos quais foi desaconselhado a fazer os Projetos, porque eu estaria
incorrendo em vício de origem. Quero comunicar que os dois Projetos são Lei. O
Prefeito reconheceu a validade do mérito dos Projetos, que são o Projeto dos
Centros de Zoonoses e o dos Banhos Públicos. Por quê? É porque S. Exa. não
mantém o dom da infalibilidade. A sua Assessoria não é infalível. E esta Casa,
os Srs. Vereadores, têm que estudar os Projetos e apresentar, aqui, exatamente
aquilo que o Executivo vai examinar depois. Vejam bem, o percentual dos
funcionários inativos, em relação aos ativos, é de 17,4%. E eu quero dizer ao
nobre Líder do PDT, Vereador Cleom Guatimozim, que a repercussão fornecida pela
Secretaria de Administração é de 17,4%. É muito pouco, para que o Prefeito
desta Cidade não contemple os funcionários inativos. Eu pergunto a esta Casa:
mas a qualidade dos serviços do Pronto Socorro, que é inconteste nos serviços
de urgência, de onde ela se originou? De muitos e muitos anos. Quando Loureiro
da Silva criou o Pronto Socorro, ele atendia à pequena Porto Alegre, que tinha,
naquela época, 276 mil habitantes, em 41, dados do IBGE, e na estimativa,
porque o censo é feito de 10 em 10 anos, em 43, tinha apenas 277 mil
habitantes, e a Grande Porto Alegre tinha apenas 437 mil habitantes, hoje, o
total que serve ao Pronto Socorro serve apenas a Grande Porto Alegre? Não, ele
serve a uma parte ponderável do Estado de Santa Catarina. E pergunto, mas quem
prestou, ao longo desse tempo, esse serviço? Uma grande parte, 17,4% de pessoas
que estão na inatividade, gente que não pode, por questão de saúde, e pessoas
já com muitos poucos anos de vida, talvez 5, ou 10 anos de vida, e esta Casa,
se não der apoio aos funcionários inativos, quanto ao mérito, nobre Vereador,
cometerá uma grande injustiça, porque foram eles que construíram, ao longo
desse tempo, a qualidade técnica do Pronto Socorro, se os atuais funcionários
da área médica e paramédica mantêm o gabarito técnico, é porque receberam de
seus antepassados o cunho profissional e técnico de seus serviços.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. me permite um
aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. não quer afirmar que sou contra à
reivindicação dos funcionários aposentados; evidente, que sou a favor, só digo
que esta não é a melhor maneira de se instrumentar esta reivindicação.
Meramente com a apresentação de emendas, os Vereadores salvam a sua
consciência, mas não salvam as necessidades dos funcionários aposentados. Não
tenho dúvida nenhuma de que estas emendas serão vetadas, e a posição do Veto
pelo Sr. Prefeito, significará que o Projeto, na sua totalidade, para vigorar,
levará mais tempo, bem mais tempo, temos o recesso, e não se beneficiará nem os
aposentados, nem os em atividade. É apenas isso que quero afirmar: discordo de
V. Exa., e V. Exa. entendeu, é quanto o caminho, não é esse o caminho. Eu faria
uma comparação muito singela, seria como um avião que está prestes a aterrissar
com enorme dificuldade e até perigo. Não me parece a maneira mais razoável e
mais hábil mandar que os passageiros se atirem do avião para chegarem mais
rápido à terra. O que temos é que juntamente com o piloto conseguir uma forma
para que se aterrisse o avião e não que soçobrem todos.
O SR. NILTON COMIN: A Emenda do Ver. Jorge
Goularte não prejudica o Projeto. O Projeto será aprovado na sua íntegra. Os
funcionários do quadro ativo terão todos os valores que está no Projeto. A
Emenda do Ver. Jorge Goularte não contraria o Projeto. Ela emenda quanto aos
inativos. Acredito que a Emenda e creio que, com respeito à Emenda do nosso
colega, Ver. Artur Zanella V. Exa. tenha razão, mas a Emenda do Ver. Jorge
Goularte não fere o Projeto. Ela acrescenta e V. Exa., como jurista, sabe disso.
Ocorre que V. Exa. declarou aqui que havia o tom demagógico. Mas eu não me
sirvo para essas coisas. Sou um profissional da área de saúde pública, que
demonstrou aqui que trabalhou 20 anos fazendo exame de escarro num hospital de
tuberculosos e que muitos doentes, que estavam “negativo” e tinham de sair do
hospital, sabe o que eles faziam, nobre Vereador? Eles colocavam o escarro de
outro contaminado em sua própria boca para continuar no hospital. Quem fala
conhece o que diz. São 20 anos de trabalho em hospital. No HPS não é diferente.
O HPS é um hospital que atende na última circunstância da medicina curativa.
Quando o HPS iniciou o fez com a clínica de traumatologia e ortopedia e hoje
possui todas clínicas especializadas. Pergunto as Vereadores desta Casa: qual a
casa confiável em urgência médica? Em primeiro, o HPS. Pergunto: por quê? Por
aqueles funcionários inativos que lá passaram e pelo quadro atual de seus
funcionários que qualificam o valor daquela casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é
o Ver. Jorge Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, em primeiro lugar, algumas colocações ao Ver. Werner Becker, que
não sei se me conhecia há mais tempo ou se me conhece nesta Casa. Não sei onde
estava o Ver. Werner Becker quando este Vereador tomou posição independente em
relação à instalação, a restauração do “quorum” nesta Casa, quando da cassação
de Glênio Peres e Marcos Klassmann. Agora, eu estava votando pela reintegração
e em Plenário para dar posse. Não sei onde V. Exa estava.
Agora, seria eu o último dos Vereadores, o último dos homens a ser
contra os funcionários do Pronto Socorro. Jamais faria uma Emenda que fosse
prejudicar um funcionário do Pronto Socorro, quanto mas à totalidade dos
funcionários do Pronto Socorro. Não é por eles estarem aqui presentes, pois
eles sabem quem os defende e quem os defende de vez em quando, quem os defende
sempre e quem os defende às vezes. Jamais fui buscar junto a qualquer setor da
comunidade um mote para fazer emendas. Fui procurado por funcionários. E
agradeço aqui a análise feita pelo Ver. Nilton Comin, que é um homem que
conhece perfeitamente a matéria, porque se nós ficarmos impassíveis, começa,
Ver. Werner Becker, que não sou do PDT, não sou do partido do Governo. Tenho
que manifestar a minha intenção, livre e soberana, como sempre fiz. E até já
disse em aparte a V. Exa. eu entrei em contato com o Prefeito Municipal
relatando exatamente o que disse aqui o Ver. Nilton Comin, porque, na Justiça,
os funcionários inativos, que não forem incluídos nas mesmas condições serão
beneficiados. Eu não tenho dúvidas disso, porque isso ocorre em outras
organizações.
Agora, se querem um mote para dizer que uma emenda - e veja a minha
Emenda não entra no corpo do Projeto - é uma Emenda isolada e não é apenas para
agradar. É para, no meu ver, fazer justiça, porque se não eu não a faria, Ver.
Werner Becker. Estou querendo votar este Projeto desde o primeiro dia. É que
aconteceram fatos que fugiram a condição de pôr o Projeto em votação. Então, de
minha parte, ninguém vai me dizer que faça alguma Emenda por demagogia, porque
então eu iria buscar os funcionários e dizer: “vocês podem saber que vou
fazer...”, não, eu não faço isso. Fui procurado por funcionários do Pronto
Socorro que se sentem prejudicados, alguns até aposentados há pouquíssimos dias
e que não serão incluídos nos mesmos benefícios dos demais e que tiveram as
mesmas condições. Gente com 25 e 30 anos de serviço no Pronto Socorro. Não há
como. É claro que o ideal seria, mas por que o Prefeito não fez? O ideal seria
que ele já mandasse no corpo do próprio Projeto, ou uma Mensagem Retificativa
que pudesse contemplar os funcionários. Por sinal aqui fico com a palavra do
Líder do PDT de que este Projeto atinge a todos. No Projeto em si, deixa
algumas dúvidas, e eu até hoje perguntei ao Líder se era necessária uma Emenda,
e aí pergunto a V. Exa., não é válido fazer-se? Estender-se a todos os
funcionários, seja de que setor for do Hospital, porque todos eles passam pela
mesma periculosidade; e digo brincando, mas é verdade até quem passa pela
frente do Pronto Socorro deveria receber insalubridade, de tanto perigo que
existe ali, de tanta situação triste no atendimento das pessoas acidentadas,
não de Porto Alegre, do exterior, dos turistas que vem à nossa Cidade. Então,
não há, Ver. Werner Becker, como V. Exa. querer colocar neste Vereador a pecha
de que não aceito, eu não assumo. Jamais eu faria um Projeto apenas para
aparecer, eu sou muito responsável para assumir as posições que tomo. Nesta
Casa já derrubei muito Veto e já votei muito para derrubar Veto e os Vereadores
Elói Guimarães e Valdir Fraga são testemunhas de que quando, nesta Casa, as
oposições não tinham 2/3, inúmeras vezes dei o voto necessário para derrubar o
Veto do Prefeito Municipal à época. Então, eu tenho independência para falar e
não tenho nenhum problema em dizer o que penso e em defender minhas idéias.
Ver. Werner Becker, V. Exa. diz que eu agora estou nesta fase. Não! V. Exa. não
me conhece, porque mal-intencionado acho que não é. Eu prefiro ir pelo caminho
do desconhecimento. Não me conhece profundamente, mas não pode me julgar
superficialmente, porque não aceito de ninguém, e neste de ninguém, incluo V.
Exa.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu acho que dentro de algum tempo se verá quem tem
razão. Se a Emenda de V. Exa., porventura aprovada hoje, vier reverter em
benefício para o funcionalismo, eu dou a mão à palmatória, mas pediria o
reverso a V. Exa.: se a aprovação da Emenda, com posterior Veto, não reverter
em benefício nenhum a esse segmento que a Emenda pretende beneficiar, peço a V.
Exa. que depois bata no peito e diga: “Bem, quem sabe se outro caminho, mais
dificultoso, mais incômodo, não teria sido melhor.” O futuro vai dizer.
O SR. JORGE GOULARTE: Mas eu trilhei esse caminho,
Vereador, eu falei com o Prefeito Municipal. E é possível ser vetado? Claro que
é possível! Nós estamos num período de avanços democráticos. Se eu tomava
posições independentes quando pertencendo à ex-ARENA e ao PDS, em relação ao
Poder Executivo da época, por que não tomar agora? Se eu fui a um comício pelas
diretas, sozinho, sendo do PDS, para defender as minhas idéias, sem temer que
me jogassem contra 150 mil, porque eu era do PDS, eu vou temer agora, nesse
momento. Se o Projeto que eu fiz para reclassificar funcionários do Município,
em desvio de função, todos concursados, nenhum em CLT e CC foi transformado em,
para a opinião pública, em trenzinho
e não é. Eu agüento firme porque a vida é isso, faz parte do jogo. Mas, lá em
cima, alguém está nos olhando, faz parte para julgar os nossos atos e saber
quem - um dia - receberá aquilo que plantou. Porque a plantação é optativa, mas
a colheita é obrigatória, ela vem. Alguém lá em cima tem que nos olhar! Pasmem,
a opinião pública ficou com a idéia de que eu tinha criado 300 cargos. Eu
enfatizo: se uma pessoa entrar nos quadros de funcionários de um Município,
pela minha Lei, renuncio ao meu mandato. Detesto injustiças e luto contra elas.
Acho que essa era uma injustiça e tento de alguma forma corrigi-la. Farei uma
Emenda para que essa Lei atinja a todos os funcionários e a partir de 1º de
junho. Acho que é importante fazer isso porque, se pensam em protelar, para com
isso ganhar algum tempo e no dizer nosso, do povo, melar, não vai adiantar porque a retroatividade deve ser atingida.
O SR. PRESIDENTE: O tempo de V. Exa está
esgotado. O Vereador Ignácio Neis se inscreve e cede o seu tempo à V. Exa. com
aquiescência dos demais Vereadores. V. Exa. passa a falar no tempo do Ver.
Ignácio Neis.
O SR. JORGE GOULARTE: Sou grato, Sr. Presidente,
sou grato ao Ver. Ignácio Neis.
Ver. Ignácio Neis, eu quero agradecer a V. Exa. a gentileza de ceder o
seu tempo, porque eu não quero alongar a discussão deste projeto, mas eu
preciso justificar algumas posições que não estão muito claras e que precisam
ficar claras a população, especialmente para os interessados.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu não quero escusar o Sr. Prefeito de
responsabilidades pelo não atendimento das justíssimas reivindicações dos
aposentados. Mais ainda, eu quero dizer a V. Exa que aos poucos o funcionalismo
público começa a se dar conta, não só no âmbito municipal, mas estadual e
federal, entre o diferencial de discursos do candidato e do empossado. É
evidente que a isonomia entre aposentados e funcionários de serviço efetivo foi
prometida clara e explicitamente pelo Sr. Prefeito na campanha. Vi com espanto,
esta semana ainda, a pancada do PMDB no Estado, votar contra a eleição direta
aos diretores de escolas, quando era questão absolutamente clara e tranqüila do
discurso eleitoral e no programa do Governador Pedro Simon. As promessas da
Nova República estão aí. Até vou sugerir que a opinião pública cobre dos
candidatos à Prefeito que as promessas ao funcionalismo público, durante a fase
eleitoral, sejam, por cada candidato, registradas em Cartório para que se possa
cobrar objetivamente daquele que assumir a Prefeitura Municipal.
A minha discordância com V. Exa. não é a respeito do mérito da Emenda
de V. Exa. É que eu só acho que este caminho, que V. Exa. resolveu palmilhar,
com todo o direito não leva a nada, não leva absolutamente a nada, sem nenhum
resultado prático e objetivo. É apenas a divergência que eu tenho com V. Exa. e
peço que V. Exa. respeite.
O SR. JORGE GOULARTE: Eu respeito, mas acho que V.
Exa. está equivocado, porque muitos projetos oriundos do Poder Legislativo, e
eu repito, a Lei nº 81/83, que V. Exa conhece como ninguém e sabe como foi
votada, deveria ter em Plenário 11 ou 12 Vereadores, que votaram o Projeto do
Ver. João Antônio Dib, na época. Depois o Prefeito Villela sancionou a Lei e,
ao sancioná-la, sanou o vício de origem e a Lei vigorou.
O Sr. Werner Becker: A iniciativa do Legislativo
era apenas formal. O Projeto foi do Ver. João Dib, que era homem evidentemente
do Governo. Quero dizer a V. Exa. que ele não sanou, não; tanto é que não sanou
que o próprio Tribunal não está reconhecendo constitucionalidade nesta
efetivação, apenas alega que a argüição de inconstitucionalidade está sendo
feita por um instrumento que não é o correto e o viável, juridicamente. Apenas
isto. Ninguém está dizendo que a sanção do Executivo convalidou o Projeto.
O SR. JORGE GOULARTE: Mas V. Exa me deu razão e
até me dá motivo para que eu continue na minha explanação. Se o Prefeito
municipal, na campanha que fez, disse que a isonomia aos inativos seria um fato
e não cumpre com suas obrigações, nós, do Poder Legislativo, temos que respeitar
as nossas posições e fazer isto criando o fato jurídico, criando o fato
político, para que sejam respeitados os direitos de todos. Se os outros não
respeitam, é outro problema. De minha parte, eu sempre procuro cumprir com as
minhas obrigações. Posso errar? Claro, erro, erro muito; mas, a pior posição do
político é não ter posição. E eu tenho posição.
O Sr. Werner Becker: Me parece que eu tenho.
Tanto é que eu afrontei, hoje, algumas indisposições, mas é a minha posição.
O SR. JORGE GOULARTE: Sim, mas eu não estou
dizendo isso para V. Exa. Estou dizendo para os políticos que prometem e não
cumprem e, neste caso V. Exa. está fora; só quero que V. Exa entre para o grupo
dos que cobram do Prefeito e não dos que dizem que ele está certo, porque ele não
mandou e, por isso mesmo, não vai sair. Não, eu vou forçar para que saia. Quero
criar o fato político para que ele saiba que, no Poder Legislativo, nós estamos
atentos contra as injustiças.
O Sr. Marcinho Medeiros: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu queria me parabenizar com a sua Emenda. Olhando o
Projeto do Pronto-Socorro e olhando o Projeto dos Professores, neste último, os
inativos são contemplados, no do Pronto Socorro, não. Eu acredito que houve
muito mais um lapso do Poder Executivo, do que uma orientação política do mesmo
em não beneficiar o aposentado. Nós estaremos, então, estabelecendo uma
diferença muito grande, se não contemplarmos o aposentado em faixas salariais
entre o inativo e o ativo. Eu acho que o Sr. Prefeito irá aprovar, sem vetar,
esta Emenda. Quero dizer ainda que, tanto um projeto como outro, não se trata
de aumento de salário, exclusivamente. Mas se olharmos a defasagem salarial
existente hoje no Município de Porto Alegre, na Administração Alceu Collares, veremos
que ela é ainda maior do que os aumento que vão ter os funcionários que já se
mobilizaram - Pronto Socorro e Professores. Ontem, os funcionários fizeram um
protesto na esquina democrática a respeito da sua situação salarial na
Prefeitura. Nós estamos achando difícil, hoje, manter o padrão de vida
conquistado, pelo trabalho que exercemos dentro do Município. E esta política
salarial injusta, às vezes, é criticada por Vereadores do PDT, que também
cometem as mesmas injustiças com a sua Administração, em cima dos funcionários
do Município. Então, me parece que o Sarney massacra os federais, o Simon,
massacra os estaduais, e o Prefeito massacra os municipais. Parece que o erro
de um está justificando os erros dos outros.
O SR. JORGE GOULARTE: Eu agradeço a V. Exa, Ver.
Marcinho Medeiros, e até faço uma citação: V. Exa, sendo professor, faz justiça
aos funcionários da área médica e paramédica do Pronto Socorro, da Saúde. Por
que o Projeto dos Professores contempla os inativos na mesma proporção, com os mesmos
direitos? E por que os funcionários do Pronto Socorro não são contemplados com
essa situação? Eu pergunto, Ver. Werner Becker: é de se calar diante disto?
Quer dizer que nós votamos o outro, porque o Prefeito mandou. E está certo. E
votamos este, sem falar nada, porque o Prefeito mandou. Em mim, ele não manda.
Se eu puder modificar as coisas para fazer justiça, eu faço, eu faço. Muito
clara esta posição, deveria o funcionário municipal, o funcionário de todas as
Secretarias, receberem um Plano de Reclassificação sério, e receberem de forma
justa pelo quanto e tanto que fazem para Porto Alegre. E não recebem, é
defasado o vencimento do funcionalismo municipal, e quando surge uma
possibilidade dessas, temos que agarrar com as duas mãos, e dar aos funcionários
aquilo proposto. Agora, ficar calado quando um projeto que vem beneficiar os
professores, contempla os seus iguais, na inatividade, o projeto do Pronto
Socorro não contempla, não podemos ficar calados.
Nós os dois estamos perfeitamente enquadrados, nós os dois, respeito V.
Exa por querer um outro caminho, e acho que o caminho é eu fazer a minha parte,
cumpro com as minhas obrigações, e espero que o Prefeito, um dia, cumpra com as
suas obrigações. (Palmas.) Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, Ver. Valdir
Fraga.
O SR. VALDIR FRAGA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, assim como existiu, e existe a Comissão dos Professores Municipais,
existe também a dos funcionários do Pronto Socorro, é uma comissão de
funcionários, com suas entidades de classe, e me informavam os médicos aqui
presentes, pois só pude acompanhar de um ano para cá, que eles já se movimentam
com as suas reivindicações, há mais de três anos. A partir do mês de outubro,
por aí, instituída a comissão de médicos, até pedi o nome de alguns aqui
presentes, o Dr. João Vicente Bassols, Presidente do Centro de Estudos Médicos,
Dr. Ostalo, estou errando os nomes, mas o pessoal está identificando, e a Drª
Jane Maria Vieira, Dr. Jader Feldmann, Diretor ansioso, tenso às vezes nos
corredores da Prefeitura, na Secretaria do Governo, no Gabinete do Prefeito, às
vezes tomando chá de banco, não que o Prefeito não quisesse atender, mas às
vezes necessitava um pouco de paciência, porque havia outras pessoas agendadas.
A insistência era grande, vinham notícias de possível greve. Por duas vezes o
Prefeito esteve no HPS e se comprometeu com os funcionários de dar uma
gratificação depois que eles estudassem e discutissem com a Secretaria da
Administração. Comprometeu-se a dar a gratificação retroativa à março. Esse
Comissão, bem coordenada e bem intencionada procurava contatos a todo momento e
como havia uma certa morosidade junto à Secretaria de Administração o Prefeito
acionava e exigia muito daquela Secretaria para que se resolvesse o problema
dos funcionários do HPS. Projeto pronto, surgiram outros probleminhas e houve
outro movimento dos funcionários em que não estavam incluídos esses benefícios.
Aí, eu cumprimento os médicos, aqueles que seriam beneficiados, que cederam para
esses funcionários, aceitando não receber retroativamente e aí está o mérito, o
valor que os funcionários do HPS têm, em mais de 100% não é para fazer média
com ninguém, aqui, os Senhores e Senhoras continuam votando e quem votar,
continue votando em quem quiser; eu não estou e acredito que a maioria dos
companheiros não estejam em busca de votos neste momento; estamos tentando ser
justos e muito justos com os Senhores e com as Senhoras, aí é que vem o grande
valor dessa comunidade do Pronto Socorro. Não vou colocar mais, aqui, médicos,
dentistas, enfermeiros, motoristas, copeiros, etc., pois a igualdade que existe
neste grupo é muito importante. Os médicos, os seus colegas, abriram mão da
retroatividade de março para ampliar os seus benefícios para seus colegas do
Pronto Socorro, porque lá no Pronto Socorro é uma grande família; eu vou citar
alguns nomes, pedi a uma das minhas assessoras que perguntasse o nome de um dos
funcionários que estava sentado ali perto da parede, que é o Valdir Lopes,
Motorista; Dário Pereira Nunes, Chefe do Serviço de Limpeza; Carlos Alberto
Prates, Chefe de Expediente de Serviço de Recepção; uma senhora de blusa
vermelha, da qual eu não sei nome, todos andavam aí buscando contatos com os
Vereadores e todos foram bem recebidos, com igualdade, tanto médico, como
enfermeiro, motorista, porque não somos nenhum pouquinho diferentes dos
senhores. A faixa diz: “o HPS pede socorro!” Ora, quanto socorro nós pedimos a
vocês! Quanto socorro nós pedimos ao Hospital de Pronto Socorro. Tem um outro
cidadão do Pronto Socorro, ele trabalha ali onde chegam as ambulâncias, não sei
se é maqueiro ou o que é. Chegava uma ambulância de Viamão de uma pessoa toda
ensangüentada, isto lá por 8 de dezembro, neste período, quando eu fiquei por
ali mais tempo, o cidadão não teve dúvidas, chegou a maca e ele e o motorista
pegaram de um lado e outro, não interessou se ele ficou sujo de sangue, não
interessou nada para ele.
Então, por isso que não falo em nome de todos os colegas porque
acredito que todos vão usar da tribuna e farão o seu pronunciamento com
sentimento que estou fazendo, e com muito prazer de ter esta oportunidade de
votar nestes 70% que é pouco, muito pouco, mas é uma oportunidade que estou
tendo e não sei se vou ter daqui há alguns anos de beneficiar vocês, de fazer
justiça ao trabalho de vocês. Agora, o grande caminho é o Plano de Carreira.
Ninguém tem dúvida disso; a luta não vai terminar aqui, e vocês aprenderam
muito bem como se luta, não é? Aqui na Câmara, na Prefeitura. Quem dera que
todos fizessem assim e com muito carinho é o que vocês estão fazendo; com
delicadeza, conversando com cada um de nós, mostrando que realmente há uma
necessidade de aumento – não naquela maneira de querer pressionar, ou de vir
até com o dedo no rosto, como algumas pessoas vêm, não é? De repente a gente
vira o rosto e termina não atendendo só porque alguém veio de uma maneira meio
estranha. Quando colocarem o Plano de Carreira, vocês têm que continuar na
luta. Se vocês conseguirem, em volta daquela mesa, com o Prefeito Alceu
Collares, de alterar a gratificação, atingindo a maioria dos senhores, vocês
continuem nessa luta, porque não foi fácil. Os companheiros aqui - Ostálio a
Jaine, não é? - sabem muito bem - vi em certos momentos que eles estavam com
vontade de desistir, porque incomoda o vai-e-vem. Vai pra lá e um diz uma
coisa, o outro diz outra, e os colegas cobram – com razão vocês cobravam dessa
Comissão. Parecia, assim, que eles não estavam se movimentando, não estavam
trabalhando para os senhores e senhoras. Trabalharam e trabalharam muito bem.
Tem um outro moreninho aqui, que dei o nome dele, não sei se ele é o Dario ou
se ele é o Carlos. Hoje ele não está aqui na frente, mas está escondidinho ali.
Mas ele já trabalhou o suficiente; ele que fique tranqüilo, deve até estar meio
nervoso e preocupado, mas fique tranqüilo que, na votação secreta vai ser 33 a
zero, tenho certeza.
O Sr. Jorge Goularte : V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só uma colocação. V.Exa. disse e até fez um
esclarecimento posterior que era retroativo a março e aqui no projeto diz que é
1º de junho, por isso que disse, da tribuna, que queria manter 1º de junho,
porque se pudesse eu poria janeiro.
O SR. VALDIR FRAGA: Sim. É que houve um acordo
entre o Prefeito e os funcionários.
O Sr. Jorge Goularte: Mas no projeto está junho.
O SR. VALDIR FRAGA: É junho. Eu quis dizer nos
entendimentos anterior, nos compromissos do Prefeito, mas atingia um grupo
menor. Então, abriu-se o leque, inclusive com a autorização da Coordenadoria.
O Sr. Nilton Comin: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.)V. Exa. cioso em particularizar as categorias sociais,
pergunto a V. Exa. se tem o nome de um cozinheiro, de uma cozinheira, de um
médico, de um atendente, de um farmacêutico inativo?
O SR. VALDIR FRAGA: Vereador, eu teria muito
prazer e gostaria de citar o nome desses funcionários se eles estivessem
naquele período em que eu estava acompanhando lá na Prefeitura, o movimento
desses outros funcionários. Se isso tivesse ocorrido, então eu citaria aqui
também os seus nomes e tenho a certeza de que se eles estivessem lá, naquele
momento, o Prefeito teria encaminhado o benefício a esses outros colegas. Quem
sabe, se nos movimentarmos, conseguiremos beneficiar os colegas que não foram
atingidos.
Vou ler a ementa do Projeto, ainda que não seja necessário. (Lê a
ementa.) Tendo em vista que meu tempo se esgota, gostaria de registrar, até por
curiosidade, que existe um refrigerante que, na propaganda, diz que são
excelentes. Então, eu aproveito, também. Vocês são excelentes, continuem nos
representando e saibam que cada vez mais honram esta Cidade com os atendimentos
que prestam aos nossos irmãos, parentes, amigos e amigos dos nossos amigos.
Tenho a certeza de que vai ser aprovado, por unanimidade, o Projeto de
Gratificação e peço que continuem na luta em busca do Plano de Carreira. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Elói
Guimarães
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, estamos hoje, aqui na Casa, discutindo, e vamos votar, um bom
Projeto. Evidentemente que não é o Projeto ideal, porque se nos analisarmos, se
examinarmos a função eu diria sacerdotal do Pronto Socorro, nós vamos ver que o
Pronto Socorro Municipal é uma instituição das mais caras que possui a Cidade e
o Estado. Em falando em Pronto Socorro, nós estamos falando dos funcionários,
nas suas mais diferentes qualificações, desde o diretor até a atividade mais
modesta. Portanto, o Pronto Socorro é o corpo de servidores, de médicos, de
funcionários; o Pronto Socorro não é aquele prédio que está ali, embora este
seja um equipamento de fundamental importância; o Pronto Socorro também não é o
conjunto de aparelhos, os instrumentais médicos e paramédicos; o Pronto Socorro
é, exatamente, o seu corpo funcional nos seus mais diferentes aspectos. Então,
é para esse equipamento humano que nós estamos aqui, hoje, discutindo, e vamos
decidir. Então, o Pronto Socorro Municipal, dentre outras instituições, é uma
das mais caras da Cidade e do nosso Estado. E quando se vêem coladas nas
paredes essas mensagens, eu fico a me questionar. O Pronto Socorro não precisa
pedir, os seus funcionários têm o direito, é um credito que eles têm, que há
muito já deveria ter sido concedido.
E eu fico a pensar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que tempo
perdemos em não adotar esta melhoria salarial, porque os ativos de hoje serão
os inativos de amanha. E se, Ver. Jorge Goularte, o Governo de V. Exa tivesse
feito justiça - porque a luta dos funcionários do Pronto Socorro é de longa
data – no passado, os aposentados de hoje não estariam pedindo a equiparação.
Veja V. Exa. que nós perdemos muito tempo e, em tendo perdido muito tempo, não
se pode atender aqueles que com seu esforço, com a sua luta, com a sua vocação
vêm trabalhando no Pronto Socorro, e hoje estão aposentados. E como recuperar
isso?
Então, o Projeto é bom. Tive uma preocupação, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, e em aparte feito ao Ver. Jorge Goularte da tribuna, semana
passada, nós dizíamos que a disposição incerta no artigo 1º incluía todos os
funcionários, aí eu fui à procura do Dr. Jader, Diretor do Pronto Socorro e ele
nos assegura que todos os funcionários, independente de estarem nominalizados,
qualificados no dispositivos do Parágrafo 1º, estarão recebendo esta
gratificação. O Pronto Socorro na sua globalidade funcional fará plantão e como
tal estará ao abrigo, ao agasalho da disposição incerta no parágrafo 1º, art.
1º. Portanto, se atenderá todos os funcionários nas suas mais diferentes
categorias. É a interpretação de alguém que trabalhou na elaboração, juntamente
com médicos e funcionários na elaboração deste projeto.
Mas estamos diante de emendas, e aí, nos deparamos, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, com as dificuldades. Porque as dificuldades, veja a bem o que
é uma lei, a lei, o projeto de lei quantifica as possibilidades no que
prescreve as disposições, é muito fácil fazermos leis, projetos de lei,
acrescentando percentuais, etc. e tal. Mas, uma colocação se faz: a disposição literal
estabelecida na lei tem fundamentos da realidade, nas possibilidades, seria de
indagar. Este plano é exeqüível, incluindo os aposentados? Responde o Executivo
que não. Diz o Executivo que não é possível.
Todos gostaríamos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de incluirmos os
aposentados. Ate porque temos entre eles amigos, pessoas que gostaríamos que
fossem incluídas. E independentemente disto, da conotação pessoal, há também
uma conotação de justiça, é bem verdade. E a questão de possibilidade, da viabilidade?
Teríamos este Projeto de Lei, incluindo os aposentados? Responde quem
tem a disponibilidade dos recursos: não!
E aí se coloca a questão: o que fazer? Se não aprovarmos assim, não
teremos atendido esta parcela, que são os funcionários ativos. Se tentarmos a
globalidade, incluindo ativos e aposentados, não poderemos atender o presente
Projeto. Esta é a realidade fria e crua. Antipática, até, ao dizer: não vou
poder atender aos aposentados, como colocou, aqui, o Ver. Werner Becker. Na
hora de quantificar as possibilidades foi possível isso: 70% no campo daqueles
que estão em atividade. Se colocássemos 80% não seria possível. Então, é um
projeto, não é um papel aonde se dispõe literalmente, é algo que retrata uma
realidade que enfoca as possibilidades. Aqui estão as possibilidades do
Município, fora disso o Município não tem possibilidades.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, seria de justiça que se
incluíssem os aposentados, mas as possibilidades do Município não atendem. Já
nem entro no aspecto de ordem constitucional, evocado aqui, pelo Ver. Werner
Becker. É inconstitucional nós gerarmos despesas. Mas eu não entro nesse
aspecto, eu entro no aspecto da questão da possibilidade. Mas não é pelo fato
de não incluir os aposentados neste Projeto de que o Projeto não seja bom. É um
excelente Projeto que vem tardiamente, porque se viesse no tempo desde as
velhas reivindicações dos funcionários e médicos do Pronto Socorro, os
aposentados de hoje estariam com o beneficio, mas tardou. E, agora, a realidade
é bem diferente.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. Permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, Vereador, V. Exa. disse por que os
governos anteriores não mandaram. E por que este Governo não mandou? Já perdeu
dois anos.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Estão aqui os 70% que o
Governo de V. Exa. não mandou.
O Sr. Jorge Goularte:
Eu apoiei o Collares
para que ele fizesse o Plano de Carreira. Por que, que os professores foram
incluídos, os inativo, e o HPS não? São os mais importantes os professores do
que a Saúde?
O Sr. Nilton Comin: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu tenho no nobre Vereador um homem operoso e
inteligente. Mas não o Governo de V. Exa que através de um Projeto brilhante,
que eu tenho defendido, também, ao lado de V. Exa. quer criar duas categorias
de funcionários inativos do mesmo Hospital. O mesmo médico que trabalhou, há
cinco anos atrás, com o médico de agora, vai ganhar 70%; o mesmo motorista ,
70% menos. E eu pergunto a V. Exa: a repercussão é apenas de 17,4%? Então isso
aí pode ter ocorrido na Assessoria do Ilustre Prefeito e nós, Vereadores,
estamos aqui, exatamente para reparar este equívoco.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Este Projeto nasce de uma
análise, de uma discussão, onde participaram funcionários e médicos do Pronto
Socorro, esgotando ao máximo as possibilidades. Poderíamos atender, talvez, os
médicos, os aposentados, não atribuindo 70% e sim 50%, 55%. A verdade é que um
Projeto de Lei, seja o Projeto de Lei e Emendas, ele tem que estar com os pés
na realidade. O que não se pode fazer é trabalhar sem ter, exatamente, o
estribo. Não adiantaria colocar aqui 100%, se a capacidade do Município não
atende. Então fica aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa manifestação
favorável ao Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Cleom
Guatimozim.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, os Vereadores Valdir Fraga e Elói Guimarães deram a posição da
nossa Bancada e da Administração, sobre este Projeto. Entretanto, existem
alguns problemas que eu gostaria de colocar, rapidamente, para que nós possamos
apressar a votação. A base do censo - citado, há pouco, desta tribuna - de 60,
70 e 80, é que não há uma estatística de acidentados para o censo destas
décadas que citei, a não ser que se considere que toda a população se acidentou
e hoje está doente. É claro que aumenta, com a explosão demográfica, o
atendimento do Pronto Socorro, mas não serve de base de cálculo. Há uma outra
situação que desejo deixar bem clara aqui: os oradores que me antecederam
falaram que vai haver dois tipos de aposentados- o que ganha menos e o que
ganha 70% mais. Isso só vai acontecer daqui a 5 anos, se as administrações não
tomarem nenhuma providência, porque aí incorpora os 5 anos, ou os 10
intercalados. Então, eu quero rejeitar a comparação feita de que um funcionário
se aposentando hoje, antes da vigência dessa Lei, recebe “x” e outro se
aposentando amanha leva 70%. Não procede, não é isso. É preciso ficar bem clara
a necessidade de 5 anos consecutivos ou 10 intercalados. Eu sei que aqueles que
estão advogando em favor das Emendas talvez até tenham feito uma comparação
exagerada. Sinceramente, eu acho que há mérito em se estender o beneficio aos
aposentados e também aos ativos da mesma Secretaria. Mas, de momento, não dá.
Não vão haver dois tipos de aposentados, antes de 5 anos. É isso que eu quero
deixar bem claro.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu acho que os seus esclarecimentos são pertinentes,
mas o meu aparte talvez pareça um tanto quanto estranho em relação ao
raciocínio que V. Exa. está desenvolvendo. É um apelo que eu faço a V. Exa.,
que está na tribuna como Líder da Bancada do PDT. Está desfilando pela tribuna
toda a Bancada do PDT e já são dez para o meio-dia. Eu faria um apelo para que
o pessoal falasse menos, porque eu quero votar este Projeto, estou louco para
votar favoravelmente. Mas, se continuar este desfile de oradores na tribuna, do
Partido do Governo, que mandou o Projeto, não vai ser possível votar. Aliás,
isto que está acontecendo é meio inédito. Então, eu faria esse apelo a V. Exa.,
no sentido de que usasse sua influência junto aos liderados para que se
reduzisse o numero de oradores, caso o contrário, não sei a que horas vamos
votar isso e nem sei se haverá “quorum”.
O Sr. Nilton Comin: V. Exa me permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Exa. está colocando cinco anos como se fossem
muito para um aposentado, mas o aposentado se aposenta em que idade? E será que
ele terá dois ou três anos de vida? Então, esse raciocínio de V. Exa, apesar de
ser um jogo de números, não tem sentido.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: V. Exa. é um Vereador
inteligente, e não foi feliz; eu disse que essa diferença de aposentadoria não
é de 5 anos, e, aliás, não desejo que ninguém morra. Quero responder ao Ver.
Hermes Dutra, Vereador, nesta Casa, o PDT tem sido acusado de não vir a tribuna
explicar o Projeto, e V. Exa. mesmo já reclamou isso; então o PDT vem explicar
o Projeto, inclusive os problemas que não foram bem entendidos, mas a Casa, e a
Bancada ouviu os apelos de V. Exa.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte ?
(Assentimento do orador.) Quero dizer a V. Exa que já estou suficientemente
esclarecido, daí o motivo do apelo, e saiba V. Exa que vou votar de acordo com
alguns pontos de vista de V. Exa. Portanto, acho que todo o discurso, por parte
do PDT, a partir de agora é dispensável.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Desejo dizer que não é um
Plano de Carreira, pois disseram que o Prefeito mandou para cá um Plano de
Carreira para os funcionários do Pronto Socorro. Não, não é um Plano de
Carreira. É uma gratificação que só será incorporada entre 5 e 10 anos. É uma
gratificação. O Ver. Valdir Fraga, que há pouco ocupou a tribuna, disse muito
bem: “sairá depois uma reclassificação geral do funcionalismo”. Isso esta no
prelo, e a Bancada já deixou isso bem claro. Quero chamar a atenção dos Srs.
Vereadores para o seguinte: existem algumas Emendas que são supressivas, que
prejudicam o Plano, porque suprimem artigos. Se estas emendas forem aprovadas,
não adianta, o Prefeito não pode vetar, porque o Plano está prejudicado, talvez
leve os funcionários a não receberem o abono, a gratificação que a
Administração quer dar. Estas Emendas supressivas, suprimem o artigo, tira fora
o artigo, e mesmo que haja o veto, não se consegue repor o artigo, ele fica
fora. Então, eu trago a palavra da Administração, já disse que os dois
Vereadores que me antecederam, nesta tribuna, Valdir Fraga e Elói Guimarães, do
PDT, trouxeram a palavra oficial, não há condições, no momento, de se estender
a outras categorias, nem aos ativos da mesma Secretaria, que ficaram fora. E
ontem uma chefe da Secretaria da Saúde me dizia que agora todo mundo quer ir
para o HPS. Algumas providencias devem ser tomadas para que isto não aconteça.
Quando o HPS e dureza, são horas extras não recebidas, má alimentação, também
os aposentados passaram por esses problemas, mas há tempo, e não neste Projeto,
porque irá prejudicar os atuais funcionários.
O Sr. Nilton Comin: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quero saber se o eu Governo se responsabiliza por sua
palavra de Líder e dará ao inativo esta vantagem até o final do ano.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Não posso porque não consultei.
O Sr. Marcinho Medeiros: V. Exa. permite um
aparte?(Assentimento do orador.) Conforme V. Exa. disse, daqui a cinco anos vai
aparecer o problema. Vamos legislar agora para criar o problema futuro. Eu me
sinto constrangido em aprovar alguma coisa sabendo que criará problemas. Como
foi feita uma harmonia entre o ativo e o inativo no Projeto dos professores,
creio que o Sr. Prefeito, sensível a isto, irá aprovar a Emenda do Ver. Jorge
Goularte. Foi um esquecimento da administração deixar de fora aqueles que deram
tanto tempo de trabalho para o Município. Prefiro ficar com essa idéia, com
esse tipo de correção.
O Sr. Nilton Comin: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) O Dr. Alceu Collares sempre foi um candidato dos
aposentados; essa foi a sua bandeira. Eu espero que agora, nesta Emenda do Ver.
Jorge Goularte, que estamos defendendo, ele continue sendo o defensor dos
aposentados, do Pronto Socorro.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Eu vou concluir, Sr.
Presidente, dizendo que a avaliação feita pelo Ver. Marcinho Medeiros não é
exata, não corresponde, inclusive, veja que o governador Pedro Simon não
assumiu nenhum compromisso com o Hospital São Pedro. Nenhum compromisso!
Continua a mesma coisa; não deu nem para os ativos, o que dirá para os inativos.
O SR. RAUL CASA: Ver. Cleom, com a
condescendência da Mesa, apenas para fazer uma colocação: a Bancada do PFL, vai
se abster de falar sobre o assunto, estamos ansiosos por votar. E a Bancada não
fala, vota!
O SR. CLEOM GUATIMOZIN: Para concluir, Sr. Presidente,
recolhendo o aparte do Ver. Raul Casa e chamar a atenção, mais uma vez, dos
Srs. Vereadores, àquelas Emendas que, se chegarem a ser aprovadas e que puderem
ser vetadas, vão ser vetadas, esta é a palavra da Administração. Agora, chamo a
atenção para as Emendas supressivas que poderão prejudicar o Projeto e
prejudicar os funcionários do Pronto Socorro que estão trabalhando com muito
sangue. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver.
Adão Eliseu, que está com a palavra.
O SR. ADÃO ELISEU: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, muito constrangido pela preocupação que manifestam o Plenário e os
nossos amigos funcionários do Hospital de Pronto Socorro, mesmo assim, eu não
poderia deixar de vir a esta tribuna, de assomá-la, para deixar nos Anais desta
Casa a nossa participação modesta, muito simples, mas de muito boa vontade,
embora o inferno esteja superlotado de almas que tiveram boa vontade, embora o
inferno esteja superlotado de almas que tiveram boa vontade, reconheço que um
Projeto como esse, se não tivesse recebido Emendas, dispensaria qualquer
discussão. Acho que essa explicação está fazendo falta. Se o Projeto é bom, não
precisa Emenda, mas, a partir do momento em que são apresentadas Emendas,
parece-me que é necessário que se dê explicação. Agora, toda vez que se vem a
tribuna dá a impressão de que o Projeto está deixando dúvidas, lacunas e que
ele precisa ser enxugado através da palavra, que é o instrumento de trabalho
nesta Casa.
Mas, se por um lado, a observação do Ver. Hermes Dutra tem no seu
conteúdo fundamental um pouco de razão, por outro lado vou repetir o que o Ver.
Cleom Guatimozim afirmou desta tribuna: nós temos passados por omissos e
indiferentes por não termos discutido alguns projetos que julgamos não ser
preciso discutir e temos levado, inclusive, vaias sempre que um Vereador da
oposição se pronuncia nos acusando de não termos participado da discussão.
Vejam, então, eu sei que o Vereador tem um pouco de razão, então temos que
discutir os projetos, embora muito a contragosto, porque sabemos que um Projeto
como este, se não tivesse recebido Emendas, passaria incólume, sem discussão.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) A minha colocação, Ver. Adão Eliseu, não pode ser
confundida com aquelas que fazemos pelo fato de o PDT não subir a tribuna. As
reclamações que são feitas prendem-se ao fato de o PDT não defender aqueles
Projetos que nós não entendemos e com os quais, muitas vezes, não concordamos,
e queremos explicações. Agora, desse Projeto - por isso eu disse que era
despicienda a falatória - a Casa toda está a favor e quer votar. Sou grato a V.
Exa.
O SR. ADÃO ELISEU: Mas, até o momento,
Vereador, em que se começou a discutir o Projeto, em que as manifestações não
tinham sido apresentadas, eu pelo menos desconhecia o que a oposição votaria na
sua totalidade. E é por isso que vou utilizar 4 ou 5 minutos do meu tempo, e
não vou me prolongar mais. Mas quero dar apenas uma explicação que vem,
inclusive, das arquibancadas. Uma explicação que vem de amigos, e um deles é o
Dr. Antônio Carlos Pinto de Souza, médico do Pronto Socorro, que nos transmite
dizendo que este Projeto sendo bom, não quer dizer que a Emenda do Ver. Jorge
Goularte não seja boa, não seja excelente até. Porque aquinhoar, propiciar
melhor salário para ativos e inativos, aposentados, seria a melhor coisa que
poderíamos fazer. No entanto, apesar de simpatizar com a Emenda de V. Exa, Ver.
Jorge Goularte, eu lhe diria o que corre pelas arquibancadas dos funcionários.
Diria que esse Projeto ele tem um sentido emergencial, usando a expressão como
me foi transmitida - é isso que quero que V. Exa. compreenda, embora
simpatizante da Emenda de V. Exa. - é emergencial, e é emergencial por quê?
Porque a partir do momento que nós tomamos conhecimento, em que a população do
Rio Grande tomou conhecimento, em que a população do Sul do Pais tomou
conhecimento, que o Pronto Socorro Municipal de Porto Alegre tem o melhor
quadro de funcionários do Sul deste Pais, tem o melhor quadro técnico, tem o
melhor quadro médico - isto é líquido e certo, é despiciendo até informar,
usando a expressão do Ver. Hermes Dutra, então a emergência por que se tudo é
bom? A emergência é exatamente por isso; é para que o Hospital Pronto Socorro
não perca esse quadro, por que ha fuga de técnicos, funcionários, médicos,
paramédicos, enfim, de gente qualificada, é muito grande do Pronto Socorro para
outros órgãos hospitalares que estão pagando mais. Então, a medida em que o
Prefeito toma é de emergência para não perdermos todo esse corpo de
funcionários, total ou parcial, para outros órgãos hospitalares. e me parece
que essa medida é boa, não pode ser recusada por V. Exa., mesmo que a sua
Emenda, embora excelente, não venha a ser aprovada.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. me permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido amigo e irmão Adão Eliseu, se o
Prefeito Municipal tivesse dito a mim, “Goularte, vou mandar uma Mensagem
Retificativa incluindo os inativos”, eu retirava a minha Emenda. Agora, uma
pergunta a V. Exa.: V. Exa, que é um ilustre inativo da Brigada Militar, como
precede a Brigada nestes casos? Como são tratados os inativos da Brigada
Militar?
O SR. ADÃO ELISEU: Igualmente. Como o pessoal
da ativa. Recebem as mesmas vantagens, os mesmos aumentos. Dou razão a V. Exa.
Por isso, acho que V. Exa não deveria ter feito este aparte, não foi muito
feliz, porque eu não afirmei que a Emenda de V. Exa não era boa.
O Sr. Jorge Goularte: Não é nesse sentido. Eu
quero dizer que isso é norma legal. No Estado, todos os ativos e inativos -
militar ou civil - têm os mesmos direitos. Apenas isso. Eu jamais seria capaz
de dizer alguma coisa contra V. Exa., que é um homem que fez um trabalho,
durante quase quatro décadas, sem mácula e, por isso, tem o meu respeito.
O SR. ADÃO ELISEU: E V. Exa. é testemunha de
que nos bastidores eu trabalhei com V. Exa. para que o Prefeito estudasse a sua
Emenda, porque a achei boa. Agora, a chave da questão está aí, e eu vim à
tribuna a pedido de alguns funcionários e médicos que estão presentes aqui, por
que, do contrario, não viria mais, porque o Projeto vai passar, é cabal a
aceitação, mas para dar essa explicação. Se estiver aqui um aposentado que ele
leve essa explicação: o Projeto é emergencial. Conforme a mensagem trazida aqui
a essa tribuna pelo Líder da minha Bancada, o Prefeito pretende resolver o
problema dos aposentados e se não fizer será uma injustiça V. Exa., também, na
sua participação, foi cabal, foi perfeito. Mas atentem para esse particular. Isso
é uma emergência! Temos que conservar o competentíssimo quadro de funcionários
que temos no Pronto Socorro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Rafael
Santos):
Ultimo orador inscrito, Ver. Brochado da Rocha, está com a palavra.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: O Sr. Secretario, no
exercício da Presidência, Srs. Vereadores. Assisti, pacientemente como os
demais nobres pares desta Casa, as alegações trazidas na hora e que se faz o
processo de votação. Assisti, preliminarmente, uma exposição do Diretor do
Pronto Socorro; assisti o Ver. Werner Becker que recebeu uma comissão de
aposentados, e na sexta-feira fui ao Gabinete do Prefeito para tratarmos sobre
esse assunto. Acho que a colocação do Sr. Ver. Jorge Goularte é legítima. Mas,
a grande verdade que eu assisto, há muito tempo, Ver. Nilton Comin, faz muito
tempo e essa Casa fez ate uma Comissão de Inquérito sobre o Pronto Socorro. O
Pronto Socorro tem altíssimas dificuldades e o Município de Porto Alegre está
envolvido com essas dificuldades relativas ao Pronto Socorro. Eu acho que é
chegada a hora, não de encaminhar-se um Plano de Carreira em que atinja todo o
universo dos Srs. Funcionários Públicos Municipais, não, não acho, acho que o
Pronto Socorro é um caso aparte no Município de Porto Alegre. Rigorosamente a
parte, até porque se valem do Pronto Socorro, não o Município de Porto Alegre
mas todos os Municípios, e Porto Alegre arca com isto e os funcionários do
Pronto Socorro arcam com esse atendimento, não só com esse atendimento, mas
sobretudo com materiais específicos para isso. De tal sorte que a crise do
Pronto Socorro de pessoal não começa com o médico, ela começa com o auxiliar de
enfermagem e vai se estendendo em todas as categorias profissionais. Pois todas
elas, no decorrer do tempo, vêm sofrendo uma defasagem com relação a outras
categorias.
Acho que é necessário, portanto, os funcionários do Pronto Socorro, as
autoridades, e esta Câmara de Vereadores pensarem numa cirurgia no Pronto
Socorro. Ele tem que ter outro caminho. E o Srs. Funcionários do Pronto Socorro
têm que ter um outro tratamento e bastante diferenciado. É diferenciado por
quê, Ver. Werner Becker?
Diferenciado, exatamente, porque é atípico em relação a outros
serviços. Tanto é que é atípico que nós nos socorremos e o nome esta a dizer,
“socorro”. Imaginem os senhores que num determinado dia, com as dificuldades
inerentes de se mexer no sistema viário da Cidade, uma cidadão alegava que não
se poderia fazer uma curva na Assis Brasil, uma entrada, para criarmos o Pronto
Socorro da Zona Norte, o Cristo Redentor. Simplesmente alegava o seguinte, mas
não há razoes que justifiquem, num clima normal, nos abrirmos espaço para uma
situação anormal que é a saúde, que é um Pronto Socorro. De maneira que nenhum
dos argumentos dos Senhores vai me convencer. De tal forma, que a crise do
Pronto Socorro repete ciclicamente, assisto há 10 ou 15 anos esta crise, é uma
crise permanente. Acho que por isso não adianta continuarmos a insistir que
resolveremos hoje, aqui, o problema do Pronto Socorro. É necessário votarmos
isso, que é uma migalha, mas sabendo que a crise voltará, independente de
aposentado ou não. O que já é uma falta de isonomia. Está-se votando hoje uma
medida de emergência que comete, claramente, o ato de não tratar com igualdade
ativos e inativos. Nos acreditamos que enquanto o Pronto Socorro não for visto
num universo diferente do que esta sendo colocado, nos vamos cometer
injustiças, aqui. Eu assisto essa crise há muito tempo. Repito, Ver. Werner
Becker, ela é cíclica, ela voltará sempre. O Município, no Rio Grande do Sul,
arca com todas as despesas com relação a serviços de Pronto Socorro. Um só, e
os outros? De maneira, que eu não tenho nenhum pudor de dizer que o que estamos
votando não é absolutamente justo, nem o percentual é justo. Estamos dando um
tratamento de socorro. Estamos amputando braços para salvar vidas, é assim que
voto. Voto na certeza que amputo braços para salvar vidas e que temos que parar
de amputar braços, um dia, precavendo-nos dentro destas crises constantes e das
injustiças que há mais de duas decaídas vêm-se aconchegando e norteando as
atividades do Pronto Socorro
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Apenas quero esclarecer algumas coisas que, na
tribuna, eu não falei, porque não achava importante. Já que V. Exa. referiu,
eu...
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Eu referi, porque sou
testemunha.
O Sr. Werner Becker: Eu estive com o Prefeito
pessoalmente, para que ele estendesse o beneficio a todos os aposentados. O Prefeito
me argumentou que não seria possível, eu me recolhi a minha impotência de
membro do Legislativo e não do Executivo. Eu poderia, perfeitamente, ter
apresentado a Emenda; mas não foi meramente por uma questão formal que não
apresentei. O que me preocupa é o seguinte, e me dirijo àqueles que ouvem os
rebates, a não ser que V. Exa, com sua experiência, Vereador há muitos anos e
com experiência de Presidência, na Casa, possa esclarecer como será resolvido o
seguinte óbice: caso sejam aprovadas as Emendas- não só as supressivas,
vejamos, como exemplo a Emenda do Ver. Jorge Goularte - será possível o
Prefeito publicar apenas uma parte do Decreto, sustar a outra publicação, até
que a Câmara aprecie o Veto? Ou o Sr. Prefeito não será obrigado, necessariamente,
a aguardar, após o recesso, em agosto, que a Câmara examine o Veto, que é uma
questão de fato, já declarada pelo Sr. Prefeito. O que isso significa? Que,
então, não ganharão nesse interregno a vantagem, não perceberão nem os
aposentados e nem aqueles que estão na ativa. Por isso, não apresentei Emenda.
Então é este perigo que vejo, a não ser que V. Exa. me informe do contrário. Se
aprovadas as Emendas, só entrará em vigor as vantagens para os funcionários da
ativa, após a Câmara examinar o Veto. Vejam V. Exas. que a aprovação destas
Emendas pode significar o retardamento do atendimento ao pessoal da ativa.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Cada um terá que esclarecer
sua Emenda. Chamo a atenção para o fato de que há uma Emenda supressiva. Esta
causaria um dano inabalável.
O Sr. Werner Becker: E as outras?
O SR. BROCHADO DA ROCHA: A mesma pergunta me fazia o
Ver. Lauro Hagemann. Não poso assumir a responsabilidade de dizer o que vai
acontecer. Apenas tenho uma convicção pessoal. Acho que podem ser vetadas e
publicadas. Agora, eu coloco para V. Exa. que é, sobretudo, um Bacharel...
O Sr. Werner Becker: Eu sou inclusive um
Bacharel, não sobretudo.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Bom, cada um tem a sua
janela para olhar, eu tenho esta. V. Exa. sabe que as interpretações poderão
ser várias, pode ser esta. Eu não faria esta interpretação, tenho outra e disse
ao Ver. Lauro Hagemann. Mas, se houver um cidadão Bacharel Werner Becker II que
dê uma interpretação que não a minha, como é que fica? Eu não vou avaliar isso
aí, Ver. Werner Becker.
O Sr. Werner Becker: Então, que fique bem
entendido, V. Exa inclusive, não analisa. Veja V. Exa. a minha cautela, o medo
que eu tenho dessas Emendas, que são Emendas não ao Projeto, mas são paralelas
ao Projeto, pois fazem sustar a publicação do Projeto, ate o exame completo das
Emendas.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Eu entendo que Ver. Jorge
Goularte tem razão, mas, no mundo jurídico, dá para sustentar qualquer tese.
O Sr. Werner Becker: Não serei eu quem vai
publicar.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Nem eu. Eu tenho o
entendimento que tem o Ver. Jorge Goularte e que tem V. Exa., mas não sou eu
que vou explicar, nem o Ver. Jorge Goularte.
O Sr. Werner Becker: Eu só estou resguardando a
minha responsabilidade neste momento.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Eu resguardo por inteiro a
minha. Tenho a minha convicção, que falei ao Ver. Lauro Hagemann e falo a V.
Exa.. Quero dizer o seguinte: se o Pronto Socorro não sofrer uma profunda
modificação, nos voltaremos a ter CPIs, crises e atos como este do dia de hoje,
em que a Câmara discute, há mais de duas horas, um assunto que, em verdade, é
apenas uma tábua de salvação. Isto é o que estamos votando, apenas uma tábua de
salvação. Quando a profundidade do assunto fará com que, fatalmente, retorne
para cá, matérias desse teor, e não queremos enganar ninguém, deixamos bem
claro, que o problema voltará, a questão fica no ar, e há 20 anos, seguramente,
Ver. Comin, o Pronto Socorro vive em crise, com as conseqüências daí
decorrentes, atingindo seu corpo funcional, seu aparelhamento e,
conseqüentemente, a população de Porto Alegre.
Era isso que eu gostaria de depor e, por último dizer que, se não
tivesse ocorrido o incêndio na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, eu teria
imensa dificuldade para relatar, por que a analise seria terrível, e já se
passam dez anos e, de lá para cá, o quadro só se agravou. Era isso que eu tinha
a dizer perante os senhores para recolocar, na medida em que, nesta Casa, cada
um tem uma idéia, tem uma posição, e um entendimento que é próprio de cada um,
e respeitosamente, não é coincidente com todos. Muito obrigada.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Flávio Coulon, V. Exa
esta com a palavra.
O SR. FLÁVIO COULON:
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, serei breve, porque acho que muita gente já falou. É uma questão de
coerência com a posição que sempre assumo, quando é votada a matéria de
relevância nesta Casa, de modo secreto, sempre tive este comportamento, e
preciso vir à tribuna para explicitar qual será o meu voto pelo fato de ser
secreto. Durante algum tempo, por não ter podido estudar o Projeto da maneira
como pretendia estudar, e como faço com todos os outros projetos, pretendi me
abster de votar a matéria, mas, depois a Bancada delegou competência ao Ver.
Nilton Comin para que estudasse o Projeto, e o Vereador é um batalhador pela
aprovação do Projeto, votarei a favor desse Projeto, por entender que ele é
emergencial. Volto a repetir, falarei as mesmas palavras quando o Plenário
estiver cheio de professores na próxima semana, pois me parece um equívoco a
política do Executivo Municipal de segmentar o funcionalismo público municipal.
Votarei favoravelmente ao Projeto, porque entendo que é emergencial. O
HPS tem de ter um Plano de Carreira específico, pois o mais importante que aumentos
que provocam altas defasagens entre o funcionalismo municipal, na próxima
semana o pessoal da saúde vira aqui e vai começar uma bola de neve, mais
importante é um sistema humano de plantão, um sistema humano de lazer, e
examinarmos uma outra maneira desse pessoal trabalhar no regime em que
trabalha, férias mais seguidas. Este é um caminho que precisa ser imediatamente
pensado dentro de um Plano de Carreira específico, que atenda as
especificidades do Hospital de Pronto Socorro. Voto favoravelmente ao Projeto,
voto contra todas as Emendas pelas razões expostas e aceitas no Parecer do
Relator da Comissão, e voto favorável a Emenda do Ver. Jorge Goularte, porque
entendo que num universo de 1.700 pessoas, incluirmos 200 pessoas que são os
inativos, não tem razão de justiça lógica que me convença Voto a favor da
Emenda do Ver. Jorge Goularte pelo mérito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em
votação Para encaminhar, pelo PCB, a palavra com o Ver. Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, apenas para deixar registrado nos Anais, o voto do PCB nesta
questão, em homenagem à instituição Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre
aos seus médicos, aos seus funcionários, o PCB vai votar naturalmente a favor
do Projeto, e apenas aceita a Emenda do Ver. Jorge Goularte porque não
prejudica o corpo do Projeto. Se o Prefeito votar, a Casa apreciará. Os atuais
funcionários, os ativos não sofrerão nenhum prejuízo imediato. Então, nesta direção,
o meu voto será a favor do Projeto, e com a Emenda do Ver. Jorge Goularte, e
contrariamente as outras Emendas que prejudicam o corpo do Projeto, são
supressivas e vão prejudicar o bom andamento do Projeto. Os funcionários estão
ansiosos por obter o atendimento de suas reivindicações mais imediatas, num
processo inflacionário galopante como este em que nos vivemos, todos os
funcionários de todos os níveis do Município, do Estado e da União estão em
busca de melhorias salariais. Não entro em outras considerações porque estas
são mais profundas. O papel do Pronto Socorro, a importância do Pronto Socorro
é reconhecida, mas ele se insere na Administração Municipal como uma
problemática muito especial, mas isso será objeto de outra discussão. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Raul
Casa.
O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu prometi que não haveria de fazer a discussão, mas encaminhar, em
nome do PFL, é um dever. E também, com muita honra, em nome do PL. Mas, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, quem sabe, sabe, conhece bem - como é bom votar
num Projeto como este. Se não houvesse ontem, nesta Casa, alguns acidentes de
percurso, certamente nos não estaríamos aqui hoje, fazendo esta votação. Apenas
quero dizer que esta Bancada vai votar já, agora, esperando apenas, que as
Lideranças dos demais partidos façam, como é de praxe, o encaminhamento. E
lembrar aos funcionários do Pronto Socorro que nos acompanharam na tramitação e
no encaminhamento deste Processo, que eles sabem quem trabalhou por eles.
Apenas isto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Inscreve-se a Bancada do
PMDB e indica o Ver. Nilton Comin. V. Exa. esta com a palavra.
O SR. NILTON COMIN: Nós seremos breves, Sr.
Presidente. O PMDB vota nas seguintes condições: vota a favor do Projeto,
favorecendo os funcionários ativos e vota pelos inativos através da Emenda do
nobre Líder Jorge Goularte. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver.
Werner Becker.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Srs. Funcionários da Casa, quem esperou tanto tempo pode esperar
mais cinco ou dez minutos e não esperar por nada, porque a partir da discussão
é que se pode esclarecer muita coisa, por sinal, se diz muito que os Vereadores
ganham para votar e não estudam, não discutem nada. Nós estamos demonstrando
que nós não só votamos, discutimos e nos preocupamos.
Eu estou extremamente preocupado com a votação da Emenda do Ver. Jorge
Goularte, evidentemente que eu não sou contra o aposentado, evidentemente que
no mérito eu entendo absolutamente procedente a Emenda do Ver. Jorge Goularte,
mas, ainda agora, eu recebi pela Bancada do PDT a afirmativa de que o Sr.
Prefeito vetará a Emenda do Ver. Jorge Goularte - o que eu quero chamar a
atenção é que se nós votarmos isto sem maiores discussões, o que isto pode
significar? A Emenda do Ver. Jorge Goularte será vetada e os Srs. Funcionários
do Pronto Socorro que estão em atividades vão ter que esperar a votação em
agosto, por este Plenário, do Veto da Emenda do Ver. Jorge Goularte, para
poderem receber as vantagens da ativa. Aprovada a Emenda, ela passa a integrar
o Projeto e não vejo como se publicará uma parte do Projeto e se aguardará para
agosto a publicação ou não da outra parte.
Então, eu peço aos Vereadores que examinem com prudência esse voto nas
Emendas, se o voto a qualquer Emenda não vai estar significando a
procrastinação, o retardamento das aspirações e dos pleitos da ativa. Eu acredito
numa coisa, V. Exa. acredita noutra. Talvez seja mera condição de fé ou de
convicção. Voto na Emenda fundamentalmente por isso. Voto contra a Emenda,
porque entendo que aprovação da Emenda do Ver. Jorge Goularte pode significar o
retardamento do atendimento dos funcionário em atividade. Até sugeriria ao Ver.
Jorge Goularte que retirasse a Emenda, e apresentasse a sua Emenda como um
Projeto autônomo que então eu votaria. Mas, umbilicalmente, uma coisa ligada à
outra, pode significar o prejuízo também dos funcionários em atividade. Essa e
a minha posição: voto a favor do Projeto e contra as Emendas, entendendo que as
Emendas podem ser depois, em Projeto em separado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Pela ordem dos inscritos, Ver. Mano José.
O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a nossa intervenção e muito curta. A Bancada já não ocupou o espaço
para discussão do Projeto para não retardar a votação. Claro que a nossa
Bancada entende que o ideal seria o Plano de Carreira dos Funcionários do
Pronto Socorro. Nestas condições votará a favor do Projeto e votará a favor da
Emenda do nobre Ver. Jorge Goularte, que a nosso entendimento, que mesmo que o
Sr. Prefeito venha a vetar a Emenda do Ver. Jorge Goularte, não impedirá de
aplicar de imediato o Projeto.
Portanto é a posição do PDS a favor do Projeto e a favor da Emenda do
Ver. Jorge Goularte, dando oportunidade ao Sr. Prefeito ainda, se quiser, de
incluir os inativos nesta gratificação. Esta a nossa posição. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os
encaminhamentos, a Mesa pede um minuto de atenção. O Projeto será votado de
forma secreta, com chamada nominal dos Srs. Vereadores. Após, serão apregoadas
as Emendas uma a uma, que terão o mesmo ritual.
Solicito aos Srs. Luiz Braz e Mano José que fiscalizem o processo de
votação
Com a palavra, o Sr. 3º Secretário, que procederá à chamada nominal dos
Srs. Vereadores para a votação.
(É feito o escrutínio: 28 votam SIM.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLE n.º 31/88.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha
Filho, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães,
Ennio Terra, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis,
Jaques Machado, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei Lima,
Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner
Becker, Wilton Araújo, Nilton Comin, Flávio Coulon, Marcinho Medeiros.)
A SRA. PRESIDENTE (Gladis
Mantelli): Em
votação a Emenda n.º 1. O Sr. 3º Secretário procederá a chamada para a votação.
O SR. 3o
SECRETARIO: (Após
preceder a chamada.) Votaram 27 Srs. Vereadores, Srª Presidente.
(É feito o escrutínio: 7 votos SIM,
19 votos NÃO e 01 em BRANCO.)
A SRA. PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda nº 1.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha
Filho, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães,
Ennio Terra, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis,
Jacques Machado, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei
Lima, Nilton Comin, Raul Casa, Paulo Satte, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga,
Werner Becker, Wilton Araújo, Flávio Coulon, Marcinho Medeiros.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha): Em
votação a Emenda nº 3. O Sr. Secretário procederá à chamada nominal dos Srs.
Vereadores para a votação.
(É feito o escrutínio: 06 votos SIM,
19 votos NÃO e 01 em BRANCO.)
O SR. PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda nº 3.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha
Filho, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães,
Ennio Terra, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis,
Jacques Machado, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei
Lima, Nilton Comin, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga,
Werner Becker, Wilton Araújo, Marcinho Medeiros.)
Em votação a Emenda n.º 4. O Sr. 3º Secretário procederá à chamada
nominal dos Srs. Vereadores para a votação
(É feito o escrutínio: 14 votos SIM,
12 votos NÃO e 01 em BRANCO.)
.
O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda n.º 4.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Antônio Hohlfeldt, Aranha
Filho, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães,
Ennio Terra, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis,
Jacques Machado, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei
Lima, Nilton Comin, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga,
Werner Becker, Wilton Araújo, Flávio Coulon, Marcinho Medeiros.)
Em votação a Emenda n.º 5. Com a palavra , o Sr. 3º Secretário para
proceder à chamada para a votação.
O SR. 3º SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.)
Votaram 25 Srs. Vereadores, Sr. Presidente.
(É feito o escrutínio: 03 votos SIM,
21 votos NÃO e 01 em BRANCO.)
O SR. PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda n.º 4.
(Votaram os Srs. Vereadores: Adão Eliseu, Aranha Filho, Bernadete
Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães, Ennio Terra,
Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jacques
Machado, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei Lima, Nilton
Comin, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker,
Wilton Araújo, Marcinho Medeiros.)
A Mesa submete ao Plenário Requerimento da autoria do Ver. Cleom
Guatimozim, solicitando seja o PLE n.º 31/88 dispensado de distribuição em
avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam
sentados, (Pausa.) APROVADO.
A Mesa informa que o Projeto referente ao Plano de Carreira do
Magistério encontra-se distribuído entre as diversas Comissões e, conforme
pronunciamento dos senhores membros das Comissões, a Mesa poderá anunciar o
Projeto para ser votado na segunda-feira próxima vindoura ou não. A Mesa ouve
as Comissões.
O SR. ENNIO TERRA: Sr. Presidente, a CFO já se
reuniu e deu parecer, do qual esse Vereador é o Relator.
O SR. NEI LIMA: Sr. Presidente, a Comissão
de Urbanismo e Transporte já se reuniu, terça-feira passada, onde foram
discutidas as Emendas e o Relator Elói Guimarães já deu o Parecer, sendo que
esta com 3 assinaturas, faltando apenas as assinaturas do Ver. Frederico Barbosa
que logo assinará. E será entregue na Diretoria Legislativa logo após a
assinatura do Ver. Frederico Barbosa.
A SRA. GLADIS MANTELLI: Como Vice-Presidente do CEC
e no exercício da Presidência devido ao licenciamento do Ver. Clóvis Brum e na
figura de Relatora do mesmo, devo dizer que a Comissão de Educação não tem
condições de apresentar o seu Parecer a não ser na própria segunda-feira, o que
invalidaria de fazer a votação na segunda. Já esta estabelecido que a reunião
da Comissão será segunda feira para apreciar o Parecer da Comissão.
O SR. IGNÁCIO NEIS: Sr. Presidente, como
Vice-Presidente da Comissão de Justiça, na ausência do Presidente Caio Lustosa,
comunico que está sendo datilografado o Parecer com 4 ou 5 Emendas.
Segunda-feira, em reunião extraordinária, teremos condições de apreciar o
Parecer.
O SR. PRESIDENTE: A Comissão não tem condições
de apreciar ainda hoje e apresentar um parecer?
O SR. IGNÁCIO NEIS: Eu não estou no exercício da
Presidência, mas estou apenas comunicando o que eu soube da Assessoria da
Comissão.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, como membro
da CJR, quero reservar o meu voto à Comissão após conhecer o relatório. Como
não conheço o relatório, não posso me manifestar.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não interfere no seio
das Comissões, por isto está fazendo esta consulta.
O SR. IGNÁCIO NEIS: Para clarear, quis dizer que
teremos condições de analisar o Parecer, não aprovar, mas analisar e talvez
aprová-lo.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa comunica que não
colocará em pauta, face depoimentos prestados, em votação na segunda-feira, e
fará...
O SR. HERMES DUTRA: Se a Comissão de Educação,
que parece deve ser a Comissão principal que deve dar o parecer, para nos
assessorar, pois o Regimento diz que em assuntos educacionais são primeiramente
de sua competência, e a Comissão de Justiça que trata dos problemas legais, e
há problemas levantados pela Auditoria que assessora a Presidência da Casa, se
ambos disserem que até segunda-feira podem dar o parecer, sugiro que votemos na
quarta-feira.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe os
pronunciamentos, deixa nos Autos da Casa.
O SR. WERNER BECKER: Para uma solicitação à
Comissão de Justiça, que os membros da Comissão de Justiça fossem formalmente
informados da hora da reunião extraordinária, se isso for examinado em reunião
extraordinária, intimando data e local.
O SR. IGNÁCIO NEIS: Sr. Presidente, para
comunicar ao Ver. Werner Becker, que é costumeira essa convocação formal, por
hora , local, etc.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa só ficou em dúvida.
Ver. Werner Becker, se o seu pedido é Comunicação de hora certa e local certo.
O SR. WERNER BECKER: Evidentemente, como mandam a
lei, a jurisprudência e os bons costumes.
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
declaro encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 13h19min.)
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